segunda-feira, 31 de outubro de 2011

sobre thais e o eterno retorno

durante o dia, tudo passou rápido de mais. ela não tinha prestado atenção. agora, as quatro da manhã, percebia que não entendia um terço de toda essa confusão. nunca tinha aprendido a rezar o terço. "que se dane então" bradava ela em meio ao silêncio do momento em que a madrugada virava dia. era estranho o quanto a realidade se confundia agora. talvez tudo fosse a mesma coisa. era só questão de sorrir. fechar os olhos e ligar alguma música bem alta enquanto o mundo derrete lá fora. talvez abrir os braços enquanto o vento trazia algo bom. ou quem sabe deixar ele entrar para um café e dizer: na verdade eu nunca te esqueci, só não soube como amar. começou a rodopiar pelo apartamento e decidiu não precisar de ninguém mais pra te dizer como viver. saiu lá fora e gritou bem alto para a vida ouvir: estou aqui, quero ser feliz. custe o que custar.

sábado, 29 de outubro de 2011

petrichor (drama)

não importa quanto tempo passe
ou se o metrô vai demorar a passar
não importa o quanto você corra
ou se vai chover
não importa se mata, arde ou cura
não importa o tênis úmido, a enxaqueca ou o dever
não importa o verão, o natal, ou os dias que se vão
não importa quantos carros passem
ou se o vento faz barulho lá fora
não importa a multidão, a poeira ou o vendedor ambulante
não importa a tv
ou o radio antigo
não importa os passos, a sacada ou a direção
não importa se é madrugada, dia ou meio dia
tudo passa
e recomeça de novo e de novo sem fim
nesse circulo vicioso chamado vida.