quinta-feira, 15 de março de 2012

março

desacelera o passo, para o coração
abre um pouco os olhos, respira forte enfim
esses dias cinzas, essa cidade cinza
sempre do lado errado, preso em minutos contados
como um conta gotas mostrando o caminho
sem tempo de dizer: olá, como vai você?
para um pouco e me abraça como antes
me gosta como nunca, me perde como sempre
me fala de você e segue a rua
até onde não der mais.
esse é o filme das nossas vidas
essa é o filme de você em mim.
já não tem tempo pra ser
pouco dinheiro pra contar
a história que eu perdi o fim
a hora que eu perdi pra te encontrar.

sábado, 10 de março de 2012

a falta

a saudade que arde
o tempo que cura
o tapa na cara
a voz que sussurra

que a saudade não passa
que o tempo fez curva
na porta da sala
que um dia foi tua

a saudade que alegra
o tempo sem chuva
no vão da sacada
em noite de lua

onde a saudade não bate
o tempo flutua
nada mais volta
na rua que continua

segunda-feira, 5 de março de 2012

paralelepípedo

não te acredito mais
não me crucifico mais
não sei, tão pouco

não me preocupo mais
ninguém procura mais
eu vivo tão pouco

todo mundo quer mais
você lamenta um pouco mais
eu te vejo tão pouco

te quero um pouco mais
não se se sou capaz
esse poema ainda é pouco pra dizer

sexta-feira, 2 de março de 2012

espaço

daqui de longe não consigo te ouvir, então ouço o que me contam de você. e da saudade. e da vontade de correr. da vontade de fugir. desculpa a confusão, mas a a dificuldade que eu tive pra te amar é a mesma dificuldade que eu tenho pra esquecer. passa o filme que quiser mas nada parece mudar. o tempo não parece me entender. os dias não parecem me ajudar. você não parece me esquecer também.