domingo, 21 de agosto de 2011

fabula do coração tão grande que não cabia no peito

não me lembro quando comecei a amar. nem se aquilo era mesmo amor. mas aconteceu. saiu um pouco do controle como era de se esperar de uma pessoa que nunca se via em outras. sendo um pouco clichê, o mundo real nunca pareceu um lugar pra mim. o tempo foi passando e as coisas também. e com elas vinham as histórias, mas essas foram ficando. mesmo anos depois. mesmo histórias depois. e quando você assusta elas estão ali, de novo. ai você descobre que ama o passado. descobre que ama o presente. descobre que já a ama o futuro e não consegue escolher se vai, se fica, se deixa, se prende. você simplesmente ama e não consegue fugir, não consegue evitar. consegue rir. rir das situações que isso proporciona. rir de nervoso, de desespero, ou mesmo felicidade por conseguir tanto amor assim. de gente diferente, gente igual, gente que te irrita, gente que te fez feliz e depois de te fez triste, porém mais forte. talvez não vamos a lugar algum. é mais confortável ficar aqui e esperar a próxima historia começar. já ouvi gente me criticando por amar mais de uma pessoa. as vezes até mesmo eu me questiono se pelo fato de não ser direcionado a só uma pessoa isso seja de fato amor. pode ser mera simpatia ou apego. pode ser só idiota mesmo por não deixar tudo pra trás e olhar só pra frente. mas é que coisas assim não se tem toda hora, não se conquista da noite pro dia. então eu guardo, ali no guarda roupa mesmo pra sempre lembrar do bom e velho gosto de romance antigo. amor de mais, há coração de mais pra ser tão egoísta assim. há um sentimento tão grande que mesmo um ededron pequeno sobra muita espaço sem alguém aqui do lado.

sábado, 20 de agosto de 2011

café amargo

tudo estranho as nove, faz calor de mais para um sábado de manhã. a gente não consegue acompanhar tudo que se move daqui. dorme com frio, acorda com calor, dormimos juntos, acordamos com a dor de estarmos separados assim. fazia muito barulho, e de repente um silêncio mais alto e vital, que se aprendêssemos a escutar, não seria tão mal guarda-lo pra si. a gente aprende perdendo, se levanta apanhando, se constrói arrependendo e se mata guardando o que não deveria no fim. então façamos assim, eu pego o ônibus das três pra bem longe de ti, chego as 6 e esqueço de mim por ai pra você vir buscar um dia talvez.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

dom quixote e sancho pança

passaram-se os anos, os meses, os dias
cinco carnavais, feriados e sextas feiras
passou a chuva, o frio, o vento
os eventos, os costumes e as modas
os cortes de cabelo, as barbas por fazer e as namoradas
os amores não correspondidos, os mal resolvidos e os de agora
passaram-se as casas, as varandas e os cigarros
as brigas, as conquistas e os pesadelos
os amigos, os inimigos e os fins
e outro fim, o outono e outro fevereiro
mas não passou você

obrigado por estar aqui.
parabéns parabéns pra você
alegria compartilhada
sem fim.

texto especial em comemoração ao aniversário de Joaquim, melhor amigo, irmão, braço direito, um dos melhores escritores que tive o prazer de conhecer, guitarrista da minha banda com quem tenho o prazer de dividir os vocais, atacante do meu time e modelo e atriz nas horas vagas.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

nunca

nós nunca imaginamos começar ali
perdidos
mas era o que tinha que ser

nós nunca planejamos os sorrisos
perdidos
mas era o feliz, que culpa a gente tem de ser?

nós nunca imaginamos chegar tão longe
perdidos
mas em nós do que em você

nos nunca imaginamos se acabar assim
perdidos
como tudo haveria de ser

nós nunca planejamos estar nesse desastre
perdidos
onde o melhor que faço é ir.

como sempre deveria ser.