segunda-feira, 31 de outubro de 2011
sobre thais e o eterno retorno
durante o dia, tudo passou rápido de mais. ela não tinha prestado atenção. agora, as quatro da manhã, percebia que não entendia um terço de toda essa confusão. nunca tinha aprendido a rezar o terço. "que se dane então" bradava ela em meio ao silêncio do momento em que a madrugada virava dia. era estranho o quanto a realidade se confundia agora. talvez tudo fosse a mesma coisa. era só questão de sorrir. fechar os olhos e ligar alguma música bem alta enquanto o mundo derrete lá fora. talvez abrir os braços enquanto o vento trazia algo bom. ou quem sabe deixar ele entrar para um café e dizer: na verdade eu nunca te esqueci, só não soube como amar. começou a rodopiar pelo apartamento e decidiu não precisar de ninguém mais pra te dizer como viver. saiu lá fora e gritou bem alto para a vida ouvir: estou aqui, quero ser feliz. custe o que custar.
sábado, 29 de outubro de 2011
petrichor (drama)
não importa quanto tempo passe
ou se o metrô vai demorar a passar
não importa o quanto você corra
ou se vai chover
não importa se mata, arde ou cura
não importa o tênis úmido, a enxaqueca ou o dever
não importa o verão, o natal, ou os dias que se vão
não importa quantos carros passem
ou se o vento faz barulho lá fora
não importa a multidão, a poeira ou o vendedor ambulante
não importa a tv
ou o radio antigo
não importa os passos, a sacada ou a direção
não importa se é madrugada, dia ou meio dia
tudo passa
e recomeça de novo e de novo sem fim
nesse circulo vicioso chamado vida.
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
sobre aquele dia
os fones de ouvido serviam como um escudo contra o resto do mundo
talvez como um escudo até contra meus próprios pensamentos
usava os seus argumentos
suas distrações
seus vicios.
usava você.
mas acima de tudo que eu aprendi a odiar
eu ainda estou preso em você.
talvez como um escudo até contra meus próprios pensamentos
usava os seus argumentos
suas distrações
seus vicios.
usava você.
mas acima de tudo que eu aprendi a odiar
eu ainda estou preso em você.
domingo, 21 de agosto de 2011
fabula do coração tão grande que não cabia no peito
não me lembro quando comecei a amar. nem se aquilo era mesmo amor. mas aconteceu. saiu um pouco do controle como era de se esperar de uma pessoa que nunca se via em outras. sendo um pouco clichê, o mundo real nunca pareceu um lugar pra mim. o tempo foi passando e as coisas também. e com elas vinham as histórias, mas essas foram ficando. mesmo anos depois. mesmo histórias depois. e quando você assusta elas estão ali, de novo. ai você descobre que ama o passado. descobre que ama o presente. descobre que já a ama o futuro e não consegue escolher se vai, se fica, se deixa, se prende. você simplesmente ama e não consegue fugir, não consegue evitar. Só consegue rir. rir das situações que isso proporciona. rir de nervoso, de desespero, ou mesmo felicidade por conseguir tanto amor assim. de gente diferente, gente igual, gente que te irrita, gente que te fez feliz e depois de te fez triste, porém mais forte. talvez não vamos a lugar algum. é mais confortável ficar aqui e esperar a próxima historia começar. já ouvi gente me criticando por amar mais de uma pessoa. as vezes até mesmo eu me questiono se pelo fato de não ser direcionado a só uma pessoa isso seja de fato amor. pode ser mera simpatia ou apego. pode ser só idiota mesmo por não deixar tudo pra trás e olhar só pra frente. mas é que coisas assim não se tem toda hora, não se conquista da noite pro dia. então eu guardo, ali no guarda roupa mesmo pra sempre lembrar do bom e velho gosto de romance antigo. há amor de mais, há coração de mais pra ser tão egoísta assim. há um sentimento tão grande que mesmo um ededron pequeno sobra muita espaço sem alguém aqui do lado.
sábado, 20 de agosto de 2011
café amargo
tudo estranho as nove, faz calor de mais para um sábado de manhã. a gente não consegue acompanhar tudo que se move daqui. dorme com frio, acorda com calor, dormimos juntos, acordamos com a dor de estarmos separados assim. fazia muito barulho, e de repente um silêncio mais alto e vital, que se aprendêssemos a escutar, não seria tão mal guarda-lo pra si. a gente aprende perdendo, se levanta apanhando, se constrói arrependendo e se mata guardando o que não deveria no fim. então façamos assim, eu pego o ônibus das três pra bem longe de ti, chego as 6 e esqueço de mim por ai pra você vir buscar um dia talvez.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
dom quixote e sancho pança
passaram-se os anos, os meses, os dias
cinco carnavais, feriados e sextas feiras
passou a chuva, o frio, o vento
os eventos, os costumes e as modas
os cortes de cabelo, as barbas por fazer e as namoradas
os amores não correspondidos, os mal resolvidos e os de agora
passaram-se as casas, as varandas e os cigarros
as brigas, as conquistas e os pesadelos
os amigos, os inimigos e os fins
e outro fim, o outono e outro fevereiro
mas não passou você
obrigado por estar aqui.
parabéns parabéns pra você
alegria compartilhada
sem fim.
texto especial em comemoração ao aniversário de Joaquim, melhor amigo, irmão, braço direito, um dos melhores escritores que tive o prazer de conhecer, guitarrista da minha banda com quem tenho o prazer de dividir os vocais, atacante do meu time e modelo e atriz nas horas vagas.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
nunca
nós nunca imaginamos começar ali
perdidos
mas era o que tinha que ser
nós nunca planejamos os sorrisos
perdidos
mas era o feliz, que culpa a gente tem de ser?
nós nunca imaginamos chegar tão longe
perdidos
mas em nós do que em você
nos nunca imaginamos se acabar assim
perdidos
como tudo haveria de ser
nós nunca planejamos estar nesse desastre
perdidos
onde o melhor que faço é ir.
como sempre deveria ser.
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