segunda-feira, 16 de agosto de 2010

quatro

ouve esse silêncio. durante tanto tempo foi tudo que eu sempre quis. eu tenho um quarto escuro como proteção. e imagens que eu não sei de onde vem, contando o que eu ainda não vi. e eu deixei tudo pra trás com uma facilidade tamanha. acho que chamamos isso de paz. eu acho que chamamos isso de experiência. ou cicatrizes. ou como você queira chamar. em um sábado a tarde a campainha toca. era o carteiro. sem me preocupar com a samba-canção surrada, levanto com a barba por fazer, o cabelo desgrenhado, as olheiras e a camisa velha (ou a velha camisa) com o renato russo estampado. eram as contas do mês. afinal, meu endereço elas sabem de cor. e alguém também deve saber. talvez resolva aparecer. ouve esse silêncio. houve? e o carteiro pergunta. e eu respondo:
- eu sinto muito. ela não mora mais aqui.


inc: monno - quem sabe
zander - polvora
legião urbana - acrilic on canvas

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