quinta-feira, 10 de novembro de 2011
reflexo
parado em frente em lago, sentado na grama verde, era mais fácil respirar do que nas ruas daquela cidade cinza e barulhenta. no meio daquele céu igualmente cinza, feio e carregado, o sol descia ainda fazendo muita força, o que causava ainda muito calor. cerrava os olhos para enxergar as pessoas passando na outra margem, indo e vindo com tanta pressa, ignorando a força de seus passos. era gostoso brincar com os questionamentos banais do tipo 'de onde viemos, para onde vamos' e afins, enquanto arrancava a grama ao meu redor. alguns passarinhos passavam, tão rápidos quantos as pessoas, ignorando a força de suas asas. o mundo era um lugar engraçado de se ver, quando não estávamos correndo para chegar a lugar nenhum. finalmente deitei e contemplei um céu um pouco mais escuro, um tanto longe do sol. era o mesmo céu, em tons diferentes. era a mesma luta, em tons banais. num suspiro, um carro bateu em uma esquina ao longe. me levantei pra ver. pessoas curiosas paravam enquanto os motoristas esbravejavam sem fim. voltei a fitar o reflexo da nossa vida no céu, da mesma forma que olhamos nosso reflexo no lago. um céu cinza, feio, carregado, e agora escuro, esperando as horas passarem para os primeiros reflexos de um dia mais claro chegar amanhã.
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