quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

dois tempos

para ler ouvindo: mahmundi quase sempre

suponhamos que fosse um tempo diferente, e eu não pensasse na palavra saudade no minimo dez vezes ao dia, e não tivesse que dize-la no minimo três. talvez eu nem sentisse de verdade mesmo. foi quando ela perguntou - saudade de quê - e eu disse - de tudo - de tudo o quê - mas é só quando os dias são chatos e a movimentação á minha volta não é o suficiente pra me distrair, então eu me distraio na unica coisa que me faz falta na vida. é assim, sempre distraído que eu nem sei de tudo da unica coisa que que me faz falta. só sei que digo. só sei que sinto. de vez em quando eu paro, vivo, e me repito aqui e todos os dias da minha rotina, até mesmo na rotina de sair da rotina. e ela perguntou - até hoje - e eu disse - só os dias que eu acordo. os que eu não acordo eu sonho. por mim da tudo na mesma. se fosse um tempo diferente eu daria de ombros e perguntaria - quem - mas é o mesmo tempo e o mesmo dia que eu me lembro nos outros dias, mesmo com o passar do ano passado e os temporais e o calor e o frio e a ventania que derrubou arvores na estrada. não é como se eu escolhesse o calendário em que eu vivo. mas cada vez que eu arranco uma folha esse dia parece chegar ao final. minha esperança se encontra em cada dia que eu não sei qual é. meu tempo passa a cada dia que eu não sei quem sou.

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