sexta-feira, 6 de abril de 2012

o poeta das palavras tortas

de repente tudo ficou impossivel como se fosse o ontem
de repente tudo ficou claro como se fosse amanhã
de frente o presente, o liquidificador e o medo
de frente o espelho, teus olhos os mesmos

do nada tudo ficou amarelo
do tudo nada mais era azul
do quase já não era sem tempo
do tempo já não era mais meu

eu sigo sempre a sorte perdido
eu sigo sempre forte indolor
eu sigo capenga esses trilhos
eu sigo fingindo não ser

porque não parar por aqui?
porque tanto tempo a perder?
porque não parece ser fim
porque não parece ser eu

domingo, 1 de abril de 2012

lamento

me exlica, tanta falta
ai de mim que não meço
as palavras
e eu não sei
o momento
eu perdi
tanto tempo.
me explica, tua alma
ai de mim que não meço
o tormento
e eu não sei
o momento
eu perdi
tanto tempo aqui.

outono 01'

ouça: quarto negro - desconocidos

- há muito deixei de ter medo. não me lembro quando, onde ou porque, mas de repente estava com o pé na estrada, me metendo em qualquer confusão que me desse distração por um curto período de tempo.
- e foi melhor assim?
- a intensidade e a beleza compensam o efêmero. pelo menos pra mim. nem sempre tão real quanto eu imagino, mas como bruno já questionava, o que é o real além da impressão do que se sente?
- e você esta feliz agora?
- sabe, os dias tem sido bem iguais. você não sabe o que acontece ou como foi dormir no sofá, então você assiste a vida seguir, mas é só o relógio que segue. até os carros parecem não sair do lugar. é só o congestionamento eu sei, mas não venta por aqui há um bom tempo.
- e você nunca vai mudar né?
- eu já tentei. mas não.

quinta-feira, 15 de março de 2012

março

desacelera o passo, para o coração
abre um pouco os olhos, respira forte enfim
esses dias cinzas, essa cidade cinza
sempre do lado errado, preso em minutos contados
como um conta gotas mostrando o caminho
sem tempo de dizer: olá, como vai você?
para um pouco e me abraça como antes
me gosta como nunca, me perde como sempre
me fala de você e segue a rua
até onde não der mais.
esse é o filme das nossas vidas
essa é o filme de você em mim.
já não tem tempo pra ser
pouco dinheiro pra contar
a história que eu perdi o fim
a hora que eu perdi pra te encontrar.

sábado, 10 de março de 2012

a falta

a saudade que arde
o tempo que cura
o tapa na cara
a voz que sussurra

que a saudade não passa
que o tempo fez curva
na porta da sala
que um dia foi tua

a saudade que alegra
o tempo sem chuva
no vão da sacada
em noite de lua

onde a saudade não bate
o tempo flutua
nada mais volta
na rua que continua

segunda-feira, 5 de março de 2012

paralelepípedo

não te acredito mais
não me crucifico mais
não sei, tão pouco

não me preocupo mais
ninguém procura mais
eu vivo tão pouco

todo mundo quer mais
você lamenta um pouco mais
eu te vejo tão pouco

te quero um pouco mais
não se se sou capaz
esse poema ainda é pouco pra dizer

sexta-feira, 2 de março de 2012

espaço

daqui de longe não consigo te ouvir, então ouço o que me contam de você. e da saudade. e da vontade de correr. da vontade de fugir. desculpa a confusão, mas a a dificuldade que eu tive pra te amar é a mesma dificuldade que eu tenho pra esquecer. passa o filme que quiser mas nada parece mudar. o tempo não parece me entender. os dias não parecem me ajudar. você não parece me esquecer também.