sexta-feira, 23 de abril de 2010
sobre a carta emcima da mesa - song to say goodbye
quando você ler essa carta eu já vou estar na rota 86, indo não sei bem pra onde, indo não sei bem o porque. na minha mala não tem roupas ou objetos pessoais. deixei tudo no meu armário velho. talvez sejam as únicas coisas que vão me esperar voltar. comigo levei seu sorriso, e todas as palavras que me fizeram feliz por um tempo. o contorno delicado da sua orelha, e seus olhos punjentes. seus dedos pequenos que brincavam de me desenhar. e seu suspiro logo depois. o barulho da sua risada e da sua displicencia. mas eu deixei por ai o pedaço do meu coração que tem o seu nome. meu melhor sorriso. meus dedos longos que brincavam de te desenhar, que de tanto brincar acabei decorando, e desenhei nas paredes. e se precisar de mim, vou estar naquela velha canção que eu fiz pra você. no café forte de manhã, e no estrago que te faz tão bem. mas a gente sempre acaba por seguir o coração. é quase um kamikaze eu sei. um carro bomba prestes a explodir chamado passado, que bem, não sou mágico pra fazer sumir, no final das contas. quando você ler essa carta, eu vou estar sorrindo. reaprenda a sorrir também. reencontre valor naquilo que te fortalece, e ache a felicidade em simplismente ser você. eu aprendi a caminhar sozinho, não é tão difícil quanto parece, nunca é tão triste quanto possa ser ou imaginar. nunca vou encontrar motivos o suficiente pra isso, e sempre vou me julgar fraco e incapaz por te deixar pra trás, mas ai, não fala isso por favor. Deus sabe o que eu fiz foi pra te proteger, do perigo maior que é você. eu quero ver você maior, pra que minha vida siga adiante, e possa te encontrar de novo. meus textos-sonhos não vão te deprimir pelo passado, mas vão te alegrar pelo futuro. e o passado é apenas o futuro com as luzes acessas. eu esqueci a luz acessa, e algum sinal, de que irei voltar. e por tudo que vez, eu juro um dia ainda vou voar, outra vez.
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