quinta-feira, 29 de abril de 2010

sobre passado, presente e futuro

ele voltou a cidade depois de quase dois anos. tudo estava no mesmo lugar, mas o menino não era mais tão menino assim. ele tinha conquistado o mundo como havia de ser. sua banda fazia sucesso e era considerado um dos melhores compositores da nova geração. suas crônicas eram lidas por centenas de pessoas e um livro já começava a ser revisado em uma editora. sua produtora rendia lucros e suas histórias movimentavam sonhos por aí. fugiu há dois anos atrás no melhor estilo serena van der woodsen, por motivos diferentes claro, mas deixou tudo pra trás da mesma forma. e voltou da mesma forma com tudo no lugar onde havia deixado. hoje, apesar de ser uma personalidade do mundo musical/editorial, mesmo com todo sorriso, empolgação e realização, agora era um homem só. e não por falta de oportunidades, tinha se tornado um homem belo e interessante. era por escolha mesmo. - mas que escolha hein?! - pensava ele andando pelos ruas da sua adolescência, quando se lembrou o porque da escolha. e ela estava parada ali, na sua frente, e se chama cloe. foi impressionante a rapidez com que seu coração vestiu sua armadura, conseguindo manter a conversa como se fossem ótimos amigos, e nada mais.
- tenho ouvido falar muito de você! conseguiu ser famoso hein?
- ah, nem tanto. ouvi dizer que você se casou? - essa pergunta foi uma faca no baço.
- sim, mas acho que estou me separando. sabe, eu e allan, somos bem... - desastrosos juntos? - diferentes um do outro.
- eu sei, vocês são assim desde os dezessete anos. já se vão quase dez anos e nada mudou. - disse sorrindo, um sorriso que se pudesse poderia sangrar seu lábio e deslocar sua mandíbula ele continuou:
- bom, eu tenho que ir e...
- o que você esta fazendo na cidade?
- ah, descansado dessa confusão toda e...
- o que vai fazer amanha a noite?
- bom, na verdade eu nem arrumei lugar pra dormir ainda e...
- se não for tarde para um café... - ela fez uma pausa como se esperar ele responder "eu estarei na sua casa em dez minutos".
- ah, eu te ligo!
- ah, ok!
no próximo minuto, aqui deveria haver um abraço, longo, com corações batendo e memorias boas sobrevoando a cidade. aqui deveria ter uma fuga dos dois agora. amor, álcool, nicotina, risadas, motéis, histórias e deletamento total de todo o passado. mas um minuto de silêncio. e ninguém quis pagar dessa vez pra ninguém sorrir. no dia seguinte ele voltou para a capital.

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