quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

o viajante

eu ando por aí inventando nomes, sendo tudo que eu não sou. descobrindo ruas, praças, cidades, gente tão diferente quanto tudo que eu já vi. o plano era que o por-do-sol nunca fosse o mesmo. e mesmo que fossem dias de chuva, seria sempre diferente. nunca o mesmo lugar, nunca a mesma pessoa. quase nunca as mesmas palavras. mas em alguma dessas ruas, em algum desses poentes, naquela exata chuva, ainda existe um lugar ao qual eu talvez queira voltar um dia. mudar a direção, trocar as estradas, conhecer outro eu, nada foi suficiente para que em algum momento dessa busca sem fim em me lembrasse desse dia azul. foram poucos céus laranjas. foram poucas chuvas finas e quentes. foi apenas um sorriso. e o arco-iris mais bonito que já vi. todo gato de rua quer ter um lugar pra voltar. talvez um dia eu volte para o meu, se o assim o vento me quiser levar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário