sábado, 21 de abril de 2012

saída

- então, você tanto se esforçou que conseguiu me esquecer...
- você e sua mania de razão. como pode ter tanta certeza?
- você nunca esteve tanto tempo sem me esbarrar por aí ou sem deixar algum sinal de que ainda lembra...
- é que cheguei a conclusão que isso não ia nos levar a lugar algum.
- não é bem assim. nos trouxe até aqui.
- o que tem aqui?
- nós.
- e o que tem "nós"?
- alguma coisa que não consegue ficar pra trás.
- você também sumiu. isso não significa que você deixou pra trás?
- eu não sumi.
- você também há um bom tempo não me esbarra por aí...
- eu não faço as coisas acontecerem. elas simplesmente acontecem.
- então porque você esta parado há duas horas me esperando sair do trabalho?
- então porque você esta parada há meia hora me esperando dizer que estou com saudade?
- porque eu gosto de ter certeza.
- porque eu ainda gosto de você.

os carros buzinavam forte no centro da cidade em meio aquele transito intenso. ameaçava chover. choveu muito aquele dia quando eu fui embora. mas não o suficiente para impedir que eu a visse me olhando do outro lado da rua enquanto o ônibus partia pra longe daqueles dias de paz.

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