quinta-feira, 12 de abril de 2012
vendaval
após dormir o final de semana inteiro, a rotina me obrigava a colocar os pés pra fora de casa na segunda pela manhã. parecia ter havido um vendaval que devastou tudo em um raio de duzentos metros ou mais. e logo eu, com problemas pra reter informação recente e com um deficit de atenção absurdo, lembrava cada passo nesses duzentos metros. o dia parecia insosso e foro do lugar, bem assim, clichê, como você gosta tanto. as pessoas estavam imersas em seus pensamentos e mal olhavam para o lado, me fazendo questionar o que eu perdi na minha hibernação. no curto tempo e distancia da minha casa até o meu trabalho, tudo estava devagar e melancólico, como um luto coletivo. cheguei levemente preocupado ao escritório mas estava tudo lá, imovel. as pessoas, minha mesa, meus papeis, os problemas. os comprimentos falsos e os sorrisos amarelos. peguei um café e um cigarro como de rotina e fui até o patio fumar. com a vista das montanhas atras do prédio, quando a fumaça começou a me envolver, eu entendi que não era o mundo que estava errado. era meu mundo sem você que parecia ter alterado a rotação da terra. da minha terra. o vendaval foram lembranças. a calmaria era a consequencia. e o dia era finalmente o fim. e o amanhã não parecia um recomeço.
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