terça-feira, 15 de junho de 2010

poeira

ele levanta, e bate uma vontade imensa de se arrumar. arrumar as coisas ao seu redor. nem tomou café. fome. uma parada pela serie na tv que faz sorrir. sorrisos. e agora poeira. de documentos importantes a papeis picados. mais poeira. e tudo parece arrumado. lixo. agora o chão. parece um menino brincando de colorir o piso fosco. e agora a vassoura. ensaia uns acordes na velha madeira enquanto a poeira sobe pelo nariz e ele quase morre de tossir. e se diverti deitando na poltrona até a tosse passar. para e pensa que seria interessante se pudesse fazer o mesmo com as pessoas. reciclagem. mudar todas elas que quer por perto, para que fosse tudo mais fácil, e continuasse com elas por perto sem ter que brigar. ele odiava brigas e discusões. ele odiava que, mesmo as amando, fossem tão diferentes. levanta de novo e começa a arrumar. e sente que a arrumação da vida vai durar e durar.

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