ouça: estrada - casa
eu escrevi um texto pra dizer que passou
eu fiz uma música pra dizer que volto a te ver em alguns dias
eu compus um rap pra dizer que eu não vou desistir de vencer
eu plantei uma arvore pra encher a rua de alegria
eu vou construir uma casa com portas bem grandes pra você entrar
eu aceitei ser o pega pra contar até dez e te procurar
e se eu mentir desculpa, foi pra me aproximar
e se eu disser que não, é mentira, eu gosto tanto de você
eu pintei a casa de azul pra combinar com o céu
eu te comprei retalhos pra combinar comigo
eu fiz do mundo casa, igreja e bordel
eu me iludi com juras ao pé do ouvido
eu gosto da vida assim, um terremoto de cada vez
eu passo meus dias assim, leve como um papel
pra que o vento você passe e me leve fácil
pra que o sereno eu fique e caia pra sempre
quarta-feira, 25 de julho de 2012
quarta-feira, 18 de julho de 2012
quadrado
quando eu te dizia não era nada de mais
e a sua voz sumia pra me provocar
e o tempo disse lento nunca é tempo de mais
e sua mão descia pra me provocar
é raro, acontece, mas ninguém nunca vê
e nada acontecia pra me provocar
é tarde, não esquece, um dia você vai ver
você só existe pra me provocar
e a sua voz sumia pra me provocar
e o tempo disse lento nunca é tempo de mais
e sua mão descia pra me provocar
é raro, acontece, mas ninguém nunca vê
e nada acontecia pra me provocar
é tarde, não esquece, um dia você vai ver
você só existe pra me provocar
terça-feira, 3 de julho de 2012
a-calma
ouça: yael naim - try hard
não é certo o que eu estou fazendo
andar sem abrir os olhos
"jogando pra perder"
não é certo o que eu ando dizendo
sem pensar, sem medir
sem entender
não é certo com elas
não é certo com ninguém
não é certo pra mim
e exceto o que eu grito sem ninguém saber
não é certo o que eu sussurro
não é certo o que vai acontecer
eu não pedi pra vir aqui e ficar
é só uma canção
eu nunca quis que realmente você nunca me esquecesse
eu pedi nas entrelinhas e você nunca entendeu
mas hoje em dia parece tudo tão certo
aonde quer que você esteja
quem quer você seja
pede a conta e vem aqui
me prova que eu ainda existo
que ainda existe alguma coisa dentro de mim
eu tenho tanta historia pra contar que eu esqueci de viver.
não é certo o que eu estou fazendo
andar sem abrir os olhos
"jogando pra perder"
não é certo o que eu ando dizendo
sem pensar, sem medir
sem entender
não é certo com elas
não é certo com ninguém
não é certo pra mim
e exceto o que eu grito sem ninguém saber
não é certo o que eu sussurro
não é certo o que vai acontecer
eu não pedi pra vir aqui e ficar
é só uma canção
eu nunca quis que realmente você nunca me esquecesse
eu pedi nas entrelinhas e você nunca entendeu
mas hoje em dia parece tudo tão certo
aonde quer que você esteja
quem quer você seja
pede a conta e vem aqui
me prova que eu ainda existo
que ainda existe alguma coisa dentro de mim
eu tenho tanta historia pra contar que eu esqueci de viver.
domingo, 24 de junho de 2012
catavento
ouça: bon iver - minnesota, WI
não vai adiantar dizer que já passou. arranhar meus discos, parar de ler meus livros, evitar meus shows. não vai surtir efeito comprar um vestido novo, cortar o cabelo, doar meu moletom que ficou na sua casa para a caridade. e pra que cortar as nossas fotos, rasgar as cartas, colocar um salto alto? não é assim que as coisas funcionam. não vai ser do jeito que você quer. não adianta jurar de pé junto que não vai lembrar da vista da minha janela a tarde, da escada que fazia você perder seu folego, do mendigo da esquina da padaria perto da minha casa. a gente dançando na rua e da vida passando. e as coisas que te faziam feliz ficando pra trás. não é como quando você pisca forte o olho e tudo some. isso não existe. é fantasia sua, a mesma fantasia de quando você imaginava que isso podia dar certo. a mesma fantasia que fazia você jurar que ia ficar enquanto eu te excitava. o mesmo devaneio que me fez te escrever de novo. a alucinação que te trouxe até aqui. não vai adiantar porque eu vou estar nos seus mais profundos. você não vai conseguir esquecer. eu não vou deixar. e você também não.
não vai adiantar dizer que já passou. arranhar meus discos, parar de ler meus livros, evitar meus shows. não vai surtir efeito comprar um vestido novo, cortar o cabelo, doar meu moletom que ficou na sua casa para a caridade. e pra que cortar as nossas fotos, rasgar as cartas, colocar um salto alto? não é assim que as coisas funcionam. não vai ser do jeito que você quer. não adianta jurar de pé junto que não vai lembrar da vista da minha janela a tarde, da escada que fazia você perder seu folego, do mendigo da esquina da padaria perto da minha casa. a gente dançando na rua e da vida passando. e as coisas que te faziam feliz ficando pra trás. não é como quando você pisca forte o olho e tudo some. isso não existe. é fantasia sua, a mesma fantasia de quando você imaginava que isso podia dar certo. a mesma fantasia que fazia você jurar que ia ficar enquanto eu te excitava. o mesmo devaneio que me fez te escrever de novo. a alucinação que te trouxe até aqui. não vai adiantar porque eu vou estar nos seus mais profundos. você não vai conseguir esquecer. eu não vou deixar. e você também não.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
confronto (ou sem você no corpo III)
para ler ouvindo: chico buarque - folhetim
eu sinto qualquer minimo corte causado pela folha do caderno
ou qualquer coisa que arranhe a pele
como o vento por exemplo
o ar é estranho, parece veneno
tudo é preto e branco, os dias cinzas são monocromáticos
e eu não diferencio as placas nas ruas
vou somente aos lugares que vou automaticamente
por puro efeito da rotina
morfina
imerso dentro de mim
procurando e procurando
absorto sem ar
ignorando qualquer milimetro que ultrapasse
a ponta dos pelos do meu corpo
pisando firme no chão (sem chão)
olhando as horas (sem relógio)
sem hora pra voltar
pra onde voltar
pra que voltar
pra quem voltar
eu volto sozinho pra casa
procurando e procurando
voando sem par
ignorando qualquer milimetro que ultrapasse
a fina pele do teu corpo
estou absorto em desalento
estou absorto em você
eu sinto qualquer minimo corte causado pela folha do caderno
ou qualquer coisa que arranhe a pele
como o vento por exemplo
o ar é estranho, parece veneno
tudo é preto e branco, os dias cinzas são monocromáticos
e eu não diferencio as placas nas ruas
vou somente aos lugares que vou automaticamente
por puro efeito da rotina
morfina
imerso dentro de mim
procurando e procurando
absorto sem ar
ignorando qualquer milimetro que ultrapasse
a ponta dos pelos do meu corpo
pisando firme no chão (sem chão)
olhando as horas (sem relógio)
sem hora pra voltar
pra onde voltar
pra que voltar
pra quem voltar
eu volto sozinho pra casa
procurando e procurando
voando sem par
ignorando qualquer milimetro que ultrapasse
a fina pele do teu corpo
estou absorto em desalento
estou absorto em você
terça-feira, 19 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
alvoroço
para ler ouvindo: umrio - cor de jasmim
observo meus óculos embaçados depois de um final de semana intenso, juntando as cenas e os cacos do filme b que é a minha vida. é sempre um problema tomar decisões. é sempre um problema tomar decisões sendo eu. é sempre um problema tomar decisões sendo eu bêbado sob o efeito da madrugada. não que eu me arrependa é claro - nessa hora do pensamento sobe um leve sorriso tímido no meu rosto - pois afinal de contas sou eu o cara que se joga de cabeça e nada a braçadas largas para onde der, sem nem saber onde esta indo. não me lembro de uma unica vez na vida ter evitado, desviado, pensado melhor e recuado. eu fraquejo, eu sempre quero ver onde vai dar. vem sorte, vem dessa vez mudar, dançar, me fazer sentir de novo - sorriso irônico. seria menos eu. talvez um dia fosse melhor, ao menos um pouco deixar de ser o garoto que desce o morro correndo de chinelo em tempo de tropeçar, cair e se machucar. só uma vez escutar a mãe preocupada e ir com cuidado e ir devagar.
um dia eu mudo eu juro. eu juro.
eu me rendo fácil a olhares, lugares, ao calor da minha pele, a língua tua. um dia eu vou aprender a me cuidar, eu prometo, de verdade. mudo o segredo da chave, mudo o disco, a cerveja, mudo de país se for preciso. apago a minha agenda, mudo meu numero, meu jeito de andar, de escrever, durmo com metade das garotas da cidade até sumir com teu gosto da minha boca. doo minhas roupas pra não sentir mais seu perfume. um dia te encontro, te olho e te sussurro no ouvido: - passou. mas por enquanto só pego a flanela e limpo devagar meus óculos. agora consigo ver o outro lado da rua. agora consigo ver com clareza que eu não vou mais ficar como eu pensei.
observo meus óculos embaçados depois de um final de semana intenso, juntando as cenas e os cacos do filme b que é a minha vida. é sempre um problema tomar decisões. é sempre um problema tomar decisões sendo eu. é sempre um problema tomar decisões sendo eu bêbado sob o efeito da madrugada. não que eu me arrependa é claro - nessa hora do pensamento sobe um leve sorriso tímido no meu rosto - pois afinal de contas sou eu o cara que se joga de cabeça e nada a braçadas largas para onde der, sem nem saber onde esta indo. não me lembro de uma unica vez na vida ter evitado, desviado, pensado melhor e recuado. eu fraquejo, eu sempre quero ver onde vai dar. vem sorte, vem dessa vez mudar, dançar, me fazer sentir de novo - sorriso irônico. seria menos eu. talvez um dia fosse melhor, ao menos um pouco deixar de ser o garoto que desce o morro correndo de chinelo em tempo de tropeçar, cair e se machucar. só uma vez escutar a mãe preocupada e ir com cuidado e ir devagar.
um dia eu mudo eu juro. eu juro.
eu me rendo fácil a olhares, lugares, ao calor da minha pele, a língua tua. um dia eu vou aprender a me cuidar, eu prometo, de verdade. mudo o segredo da chave, mudo o disco, a cerveja, mudo de país se for preciso. apago a minha agenda, mudo meu numero, meu jeito de andar, de escrever, durmo com metade das garotas da cidade até sumir com teu gosto da minha boca. doo minhas roupas pra não sentir mais seu perfume. um dia te encontro, te olho e te sussurro no ouvido: - passou. mas por enquanto só pego a flanela e limpo devagar meus óculos. agora consigo ver o outro lado da rua. agora consigo ver com clareza que eu não vou mais ficar como eu pensei.
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