para ler ouvindo: bon iver - flume
tudo que pode explodir causa ansiedade pela explosão. aquilo que está intacto não apresenta motivos para não ser quebrado. não existia porque pra não dar aquele passo. eu ainda acreditava no velho clichê do olhar. e confundiu como eu esperava que fosse. não fazia um mês que ela passeava pelo meus dias. eu perdi as contas em algum canto perdido pela casa. eu sempre perco alguma coisa pelo caminho, até o dia em que eu parar de perder. provavelmente será o dia que eu não vou estar mais no caminho. e vou estar parado contanto essa história a quem interessar possa. eu odiava historias até começar a gostar. eu não gostava até começar a amar. é como uma linha de defesa pra não acontecer de novo, mas sempre acontece. explode feito um furacão, bonito como uma borboleta colorida, inofensiva, sem saber porque vai de peito aberto para o olho. entorpecida, ela só abre as asas e vai.
ela subia as escadas com aquele meio sorriso olhando pra baixo com medo de me encarar. eu sempre queria estar esperando no final das escadas mas sempre me segurava e ficava atrás da porta esperando ela bater. agindo normalmente como se não precisasse agir. são só coisas bobas que a gente faz sem perceber, mas quando você começa a lembrar os detalhes são mais fortes do que o ponto final. e você nem se quer lembra em que lugar você estava na história quando começou o final. de qualquer maneira, depois que ela parou de subir as escadas e tudo ficou assim, como o final de uma tormenta, lembro dela dizer - para todos os efeitos eu nunca estive aqui.
passei a encarar como se fosse possível e o tempo mudou muitas coisas por aqui e por lá também, mas existem coisas que não se pode mudar e o quadro dela continua no mesmo lugar. Ficaria um buraco na parede e eu odeio remendar coisas. As vezes eu gosto de lembrar porque aquele quadro que eu nem gostava ainda esta alí quase dois anos depois. pra lembrar que, pra todos os efeitos, eu nunca estive aqui também.
sábado, 25 de agosto de 2012
sábado, 18 de agosto de 2012
a primeira epifania
compreendi o significado da gente
mesmo que nadasse contra a corrente
mesmo que seja errado, pago, barato
sem sal, por mal.
aprendi que é normal, e que não há como evitar
o que se veste, se faz, se sai, se sonha sem pensar
em curvas escuras, claras como a luz do sol,
evitei o que se corre sem querer
e o que não da pra evitar
o que se aprende sem perceber
o que se entende só de olhar
em um mundo onde não se esconde de ninguém
onde não há sombra de duvidas
o que eu pensei querer nunca existiu
o que existiu eu passei sem ver
* texto escrito com joaquim emidio aniversariante do dia. meus sinceros parabéns pelos anos e pela ideia do poema.
mesmo que nadasse contra a corrente
mesmo que seja errado, pago, barato
sem sal, por mal.
aprendi que é normal, e que não há como evitar
o que se veste, se faz, se sai, se sonha sem pensar
em curvas escuras, claras como a luz do sol,
evitei o que se corre sem querer
e o que não da pra evitar
o que se aprende sem perceber
o que se entende só de olhar
em um mundo onde não se esconde de ninguém
onde não há sombra de duvidas
o que eu pensei querer nunca existiu
o que existiu eu passei sem ver
* texto escrito com joaquim emidio aniversariante do dia. meus sinceros parabéns pelos anos e pela ideia do poema.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
porto, ponte, âncora, paz
essas ruas me trazem ventos que eu não sei porque
essa vista me cega e me entorpece de paz
eu já não lembro o tempo que me trouxe até aqui
nada me enlouquece nesses dias de cais
é um estar pleno de graça sem perigo
e achar abrigo onde tiver que ser
o interior corre no seu próprio caos
a cidade esquece o que precisa ter
entre fumaças e destinos eu sigo sorrindo
passos largos, torto, perdido, caminho
eu noto que o sino não bate outra vez
eu que há muito não ouvia nada
já não sabia que som fazer
ouvi o ruído da vida chegando outra vez
essa vista me cega e me entorpece de paz
eu já não lembro o tempo que me trouxe até aqui
nada me enlouquece nesses dias de cais
é um estar pleno de graça sem perigo
e achar abrigo onde tiver que ser
o interior corre no seu próprio caos
a cidade esquece o que precisa ter
entre fumaças e destinos eu sigo sorrindo
passos largos, torto, perdido, caminho
eu noto que o sino não bate outra vez
eu que há muito não ouvia nada
já não sabia que som fazer
ouvi o ruído da vida chegando outra vez
quarta-feira, 25 de julho de 2012
leve
ouça: estrada - casa
eu escrevi um texto pra dizer que passou
eu fiz uma música pra dizer que volto a te ver em alguns dias
eu compus um rap pra dizer que eu não vou desistir de vencer
eu plantei uma arvore pra encher a rua de alegria
eu vou construir uma casa com portas bem grandes pra você entrar
eu aceitei ser o pega pra contar até dez e te procurar
e se eu mentir desculpa, foi pra me aproximar
e se eu disser que não, é mentira, eu gosto tanto de você
eu pintei a casa de azul pra combinar com o céu
eu te comprei retalhos pra combinar comigo
eu fiz do mundo casa, igreja e bordel
eu me iludi com juras ao pé do ouvido
eu gosto da vida assim, um terremoto de cada vez
eu passo meus dias assim, leve como um papel
pra que o vento você passe e me leve fácil
pra que o sereno eu fique e caia pra sempre
eu escrevi um texto pra dizer que passou
eu fiz uma música pra dizer que volto a te ver em alguns dias
eu compus um rap pra dizer que eu não vou desistir de vencer
eu plantei uma arvore pra encher a rua de alegria
eu vou construir uma casa com portas bem grandes pra você entrar
eu aceitei ser o pega pra contar até dez e te procurar
e se eu mentir desculpa, foi pra me aproximar
e se eu disser que não, é mentira, eu gosto tanto de você
eu pintei a casa de azul pra combinar com o céu
eu te comprei retalhos pra combinar comigo
eu fiz do mundo casa, igreja e bordel
eu me iludi com juras ao pé do ouvido
eu gosto da vida assim, um terremoto de cada vez
eu passo meus dias assim, leve como um papel
pra que o vento você passe e me leve fácil
pra que o sereno eu fique e caia pra sempre
quarta-feira, 18 de julho de 2012
quadrado
quando eu te dizia não era nada de mais
e a sua voz sumia pra me provocar
e o tempo disse lento nunca é tempo de mais
e sua mão descia pra me provocar
é raro, acontece, mas ninguém nunca vê
e nada acontecia pra me provocar
é tarde, não esquece, um dia você vai ver
você só existe pra me provocar
e a sua voz sumia pra me provocar
e o tempo disse lento nunca é tempo de mais
e sua mão descia pra me provocar
é raro, acontece, mas ninguém nunca vê
e nada acontecia pra me provocar
é tarde, não esquece, um dia você vai ver
você só existe pra me provocar
terça-feira, 3 de julho de 2012
a-calma
ouça: yael naim - try hard
não é certo o que eu estou fazendo
andar sem abrir os olhos
"jogando pra perder"
não é certo o que eu ando dizendo
sem pensar, sem medir
sem entender
não é certo com elas
não é certo com ninguém
não é certo pra mim
e exceto o que eu grito sem ninguém saber
não é certo o que eu sussurro
não é certo o que vai acontecer
eu não pedi pra vir aqui e ficar
é só uma canção
eu nunca quis que realmente você nunca me esquecesse
eu pedi nas entrelinhas e você nunca entendeu
mas hoje em dia parece tudo tão certo
aonde quer que você esteja
quem quer você seja
pede a conta e vem aqui
me prova que eu ainda existo
que ainda existe alguma coisa dentro de mim
eu tenho tanta historia pra contar que eu esqueci de viver.
não é certo o que eu estou fazendo
andar sem abrir os olhos
"jogando pra perder"
não é certo o que eu ando dizendo
sem pensar, sem medir
sem entender
não é certo com elas
não é certo com ninguém
não é certo pra mim
e exceto o que eu grito sem ninguém saber
não é certo o que eu sussurro
não é certo o que vai acontecer
eu não pedi pra vir aqui e ficar
é só uma canção
eu nunca quis que realmente você nunca me esquecesse
eu pedi nas entrelinhas e você nunca entendeu
mas hoje em dia parece tudo tão certo
aonde quer que você esteja
quem quer você seja
pede a conta e vem aqui
me prova que eu ainda existo
que ainda existe alguma coisa dentro de mim
eu tenho tanta historia pra contar que eu esqueci de viver.
domingo, 24 de junho de 2012
catavento
ouça: bon iver - minnesota, WI
não vai adiantar dizer que já passou. arranhar meus discos, parar de ler meus livros, evitar meus shows. não vai surtir efeito comprar um vestido novo, cortar o cabelo, doar meu moletom que ficou na sua casa para a caridade. e pra que cortar as nossas fotos, rasgar as cartas, colocar um salto alto? não é assim que as coisas funcionam. não vai ser do jeito que você quer. não adianta jurar de pé junto que não vai lembrar da vista da minha janela a tarde, da escada que fazia você perder seu folego, do mendigo da esquina da padaria perto da minha casa. a gente dançando na rua e da vida passando. e as coisas que te faziam feliz ficando pra trás. não é como quando você pisca forte o olho e tudo some. isso não existe. é fantasia sua, a mesma fantasia de quando você imaginava que isso podia dar certo. a mesma fantasia que fazia você jurar que ia ficar enquanto eu te excitava. o mesmo devaneio que me fez te escrever de novo. a alucinação que te trouxe até aqui. não vai adiantar porque eu vou estar nos seus mais profundos. você não vai conseguir esquecer. eu não vou deixar. e você também não.
não vai adiantar dizer que já passou. arranhar meus discos, parar de ler meus livros, evitar meus shows. não vai surtir efeito comprar um vestido novo, cortar o cabelo, doar meu moletom que ficou na sua casa para a caridade. e pra que cortar as nossas fotos, rasgar as cartas, colocar um salto alto? não é assim que as coisas funcionam. não vai ser do jeito que você quer. não adianta jurar de pé junto que não vai lembrar da vista da minha janela a tarde, da escada que fazia você perder seu folego, do mendigo da esquina da padaria perto da minha casa. a gente dançando na rua e da vida passando. e as coisas que te faziam feliz ficando pra trás. não é como quando você pisca forte o olho e tudo some. isso não existe. é fantasia sua, a mesma fantasia de quando você imaginava que isso podia dar certo. a mesma fantasia que fazia você jurar que ia ficar enquanto eu te excitava. o mesmo devaneio que me fez te escrever de novo. a alucinação que te trouxe até aqui. não vai adiantar porque eu vou estar nos seus mais profundos. você não vai conseguir esquecer. eu não vou deixar. e você também não.
Assinar:
Postagens (Atom)